Do Valado à Nazaré são seis quilómetros, quase sempre através do monótono pinhal de El-Rei. É um majestoso templo que não acaba e onde a solidão se torna palpável entre os troncos cerrados e sob as copas espessas. Por fim, o caminho desce, passando a Pederneira, e avista-se lá em baixo a branca Nazaré e o mar apertado num vasto semicírculo de montes verdes, que mergulham no azul dos alicerces. Ao norte, o panorama acaba de repente num paredão temeroso, que entra direito pelas águas e entaipa o céu. É um morro avermelhado e riscado, com vegetação pegajosa de urze e de cardos e um penedo destacado na ponta - o bico do Guilhim. Lá em cima, as paredes brancas duma aldeia árabe entre as sebes de cactos hostis - o Sítio. Pedaços de rochas salientes ameaçam desabar a toda a hora... (Raul Brandão)
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